Casamento

Inicialmente, o casamento foi inventado para consolidar alianças, sendo o companheiro escolhido pelos pais, para garantir o direito de herança e proteger as mulheres. é um contrato que estabelece normas para o comportamento sexual, organiza interesses econômicos e delimita as esferas de poder. No entanto, a nova concepção que veio postular o vínculo amoroso como única razão legítima para o casamento, a escolha do companheiro passou a ser feita pelos próprios parceiros, e sobre os mesmos recai a responsabilidade pela opção mal feita. A felicidade conjugal e a harmonia da família se tornaram o atestado de que o parceiro foi bem escolhido, de que o casal é suficientemente sábio e amadurecido para conservar o vínculo.

Ao comparar os motivos que induzem duas pessoas fazerem a opção de elegerem-se entre si como parceiros para juntos caminharem e se amarem mutuamente com a promessa que seja para a vida toda ou até que a morte os separe, com os requisitos necessários para digerir as vicissitudes que a rotina da vida diária irá obrigá-los a encarar, parece impossível que o vínculo entre ambos resista para além das primeiras dificuldades.

O casamento surgiu não apenas como um vínculo contratual, mas especialmente para tornar as pessoas mais felizes, para durar para sempre, apesar de todas as armadilhas e desilusões que um casal irá enfrentar ao longo do percurso.

Os casais fazem as escolhas de seus parceiros a partir de critérios misteriosos e pouco conscientes, ligados ao encantamento que sentem quando estão juntos. Desta forma, duas pessoas se casam quando estão apaixonadas porque não querem mais se despedir após um lindo encontro, porque anseiam construir com o parceiro um mundo novo, livre de injustiças, falsidades e egoísmos de uma sociedade onde não há preocupação verdadeira com o outro, representando o companheiro um porto seguro, um ponto de afeto, o lar um aconchego, onde alguém sempre estará esperando.

Uma pessoa se casa porque tem firme convicção no amor e vai ser suficiente e dar forças para colocar em prática tudo aquilo que a fantasia criou. Com base no ideal que agora será diferente de como foi da outra vez, porque desta vez “somos nós”, “nós e está paixão”, motivo pelo qual escolheram um ao outro, uma paixão que nenhum dos dois sentiu antes.